quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cumprimento


Cumprir...
O que desde o começo
Foi constituído
Na forma veloz do desejo
E do impacto profundo
Dos ofegantes mares
Da volúpia.

Enterrar...
O que desde
Os fins dos tempos
Não mais exerce
Força alguma
Contra o inimaginável
Prazer de estar
E completar...
De amar!

Cegar...
O tempo que
Sentimos distantes
E as saudades
Que causaram tanto...
E aos mesmos olhos
Transbordarem de medo,
E no fim derramarem
O choro.

Deleitar...
No vento
Da tua voz úmida
E essencial
Para os longos dias
De existência,
Afogando-me
Dentro de tua saliva
Clara e
Demasiada rara.

Completar...
No infinito
Dos teus passos,
A minha sombra
Ao acompanhar-te
E arrastar-me
Descomedido
E sem destino,
A procura
Da tua meiguice.

Resumir...
Como dois sonhos
Ternos sem malícia,
E na delicadeza
Do véu...
Poder-te coroar
A minha
Amada!

O canto triste da loucura real

Em meio a tudo existente
A um canto que permanece intrínseco em nós,
Um canto que sendo uma mistura de realidade
Com imaginário que se funde
E transforma-se
No mais alto tom da complexidade humana.

Esse mesmo tom que passam pelas ruas,
Botecos, vielas...
Passam nas mentes puras e corrompidas
Das grandes influências
Dos descasos humanos.
Andando pelas ruas
A loucura canta...

– Eu amo a vida! Eu gosto de vocês!
Eu amo a vida! Eu amo vocês! –

E dentro de toda realidade
O social (monótono)
Escandaliza-se
Por ver atitude de tão extrema qualidade
Que em realidade não existe mais...

– Eu amo a vida! Eu gosto de vocês!
Eu amo a vida! Eu amo vocês! –

E com um ato singelo de humildade
A loucura canta com o amor
Que em toda realidade
Nunca existira...

– Eu amo a vida! Eu gosto de vocês!
Eu amo a vida! Eu amo vocês! –

Nesse canto as palavras nunca mudam,
Pois a loucura entorpeceu as letras
E o significante delas
Paira no infinito azul...

– Eu amo a vida! Eu gosto de vocês!
Eu amo a vida! Eu amo vocês! –

E sempre esse canto vai demonstrar
Que os sentimentos não têm sexo,
Não tem cor, não tem razão...
Sentimentos são apenas SENTIMENTOS!
Sentimentos lindos e perpétuos,
Caros e sofríveis,
Raros e duradouros.

Pois nesse canto triste
Da loucura real,
Afogo-me,
E não sendo mais o EU,
E sim a loucura,
Eu também canto...

– Eu amo a vida! Eu gosto de vocês
!

Eu amo a vida! Eu amo vocês! –

Eu e você


A saudade para mim
Viaja no mar
Do descontentamento contente,
Pois quando o quase
E o quando existir
Na matéria da saudade
Existirá também a força
Que alimenta esse fogo,
Esse fogo perene...
Pois é chama duradoura!...

E mesmo com toda volúpia
Dos prazeres fugazes,
Mesmo com toda benção
Do grande Baco
Descendo das nuvens do Olímpio,
E tendo detrás
De sua esplendida forma
A Glória de todos os deuses...
Isso ainda
Não me faz satisfeito,
Pois teu estar
Ensoberbece minha vida,
A tua pele
Faz-me deleitar
Em colchões suaves.

Pois essa saudade
Causa-me uma dor demasiada,
Porquanto ela me retrata
Ao não mais te possuir...
E que a ti eu tanto amei.













Uma carta de um lugar chamado “Muito Longe”.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Diversitate Diversu (brincando de teatro)


– O meu nome é Diversitate Diversu!
Sou o grande mentor
Dos pensamentos humanos,
Graças a mim
A sociedade goza
De plena harmonia.
Os Diversus conjuntos
Que fazem parte
Da minha existência
São totalidades
Múltiplas de variedades,
De convivências de idéias,
De diferentes ângulos de visão,
De conceitos de pluralidade...
Enfim,
Permaneço dentro da comunicação
E dentro da psique humana.
Estou em diferentes abordagens,
Na heterogeneidade
E variedades
Das culturas
Pré-existentes.
Estou participando sempre
Da comunhão dos contrários,
Vivo e alimento-me das
Intersecções das diferenças
E perduro nas tolerâncias
Dos conceitos radicas.
Sou Diversus Religiones,
Diversus Sexus,
Diversus Razzas e
Diversus Culturas.
Aplico-me em todas elas,
E todas elas se aplicam a mim!

– Sou Diversus Religiones!
Não sou politeísta,
Não sou monoteísta,
Não sou judeu,
Não sou budista,
Não sou muçulmano,
Não sou umbanda,
Não sou pagão,
Não sou cristão!
Eu sou a transcendência do homem,
Eu sou o respeito às ideologias,
Eu sou a indagação humana...
Eu sou o mistério do mundo!

– Sou Diversus Culturas!
Não sou pré-histórico,
Não sou clássico,
Não sou medieval,
Não sou moderno,
Não sou contemporâneo!
Eu sou o multiculturalismo
De todas as épocas,
De todas as nações!
Eu sou a antropologia universal,
Eu sou todos regionalismos...
Eu sou o determinismo cultural!

– Sou Diversus Razzas!
Não sou negro,
Não sou branco,
Não sou pardo,
Não sou amarelo,
Não sou índio!
Sou multicor,
Sou místico...
Sou o ser humano!

– Sou Diversus Sexus!
Não sou pornografia,
Não sou pederastia,
Não sou indecência,
Não sou imoral!
Sou a liberdade,
Sou o prazer...
Sou a natureza!

[...]

– O meu nome é Diversitate Diversu!
E meus privilégios...
Não são poucos.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Amor e ódio



“Pois não só quero o teu amor meu bem,
Mas também teu ódio!”