sexta-feira, 10 de julho de 2009

O suicídio na casa Berstem


A morte - o suicídio do jovem Berstem

Tremulo, chorando... Esta era a imagem do jovem Berstem que estava muito inseguro de todo seu caminho e de tudo que lhe acontecera. Mas sua coragem era tamanha, pronto a qualquer momento para disparar um tiro em sua própria cabeça, essa era sua meta para transformar dor em alívio. O jovem tinha apenas 20 anos, não conhecia muito dos mistérios do mundo, sua mente perturbara seus movimentos, seus movimentos tratados com uma ordem... Excruciante!

A visão é extremamente desilusiva, um quarto meio opaco com poucas coisas dentro, alguns livros em cima de uma bancada pequena, papéis soltos em todo quarto, a luz meio acesa, algumas teias e insetos no teto. Sentado na cama, o jovem da família Berstem pensa em se matar sem muito se ponderar. Suas lágrimas rolam pelo seu rosto sem parar, sua dor parece não ter cura e fala pra si mesmo que esse marasmo – que é a sua vida – está perto de acabar. Num silêncio inocente suas escolhas de um mundo para o outro sem conceito e sem comparações, toma o jovem Berstem para um paradoxo sem medidas. O garoto tinha bom empenho em suas virtudes, só estava muito confuso sobre algumas responsabilidades e infeliz com seus sentimentos.

O revolver que pegara de seu pai – caçador – estava por entre suas mãos, os seus dedos entrelaçavam o gatilho, as munições estavam espalhadas sobre a cama e continha apenas uma única munição em seu revolver. A arma era um Taurus do calibre 38 (cinco tiros) das quais só uma munição surtiria um efeito malevolente terrível.
Ele não conseguia ver outro destino, sua mente foi tão atormentada e massacrada pelos discursos nocivos de sua família, que o jovem preferiria acabar duma só vez todo esse trauma que lhe causara demasiada dor.

Chorando ainda ele exclama completando seu final... “Desejaria nunca ter existido nesse mundo de dor” – essa exclamação, com toda certeza foi a mais sofrível de um homem, pois desejar não ter vivido é um custo muito grande... Oh jovem Berstem, quão grande é a sua dor!...

E o jovem cumpriu o que lhe era mais adequado, disparou um tiro em sua direção e caiu. Da casa toda ouviram um estouro abafado de pólvora que ultrapassou os vãos da casa; correram para saber o que tinha acontecido, sentiram um cheiro muito grande de pólvora perto do quarto do filho, bateram na porta mas ninguém respondeu, agitados com algum acontecimento, empurraram a porta com bastante força e lá estava um corpo estendido entre a cama e o chão, desenganados pela suas visões, não queriam de forma alguma acreditar que ali na sua casa estava o jovem Berstem morto no seu quarto e o provável revolver do fato acontecido em cima da cama.

Nesse instante sua mãe que vira o seu precioso filho morto em sua cama, arregalou os olhos e numa expressão de horror ficou muda, sua dor era tanta que não conseguia em alguns segundos falar qualquer coisa, seu rosto ficou paralisado, estático, não tinha reação nenhuma... Só a reação do princípio lhe restou. Seu pai que vinha correndo ao lado de sua mãe caiu de joelhos quando o viu, e exclamou – Não meu deus! Não! Meu filho! Não! – a atitude do pai até me impressionou, o homem tão duro, tão robusto, caiu diante da tragédia que sucumbira a sua casa.