segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Alvedrio


Não quero um discurso cavo
Que tolhe as vontades
A favor da sem-ventura.

Não quero recolher-me
Quando a ausência das coisas
Está em minha Espera
E Tudo fica tão distante.

Não quero uma dor vigente
Que salta e perpetra
Nos corações desalmados.

Quero o alivio!...
A felicidade de verdade!

Quero o que os homens
Aprendam um dia a amar...
A liberdade!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Bem ali


Já era tarde e o reflexo de tudo que acontecera estava bem ali... Diante de seus olhos. Permanecia a se debater sempre que colidia suas concepções – a sua eterna luta pela as perfeições e seu inalterável desengano melancólico de se estar só.

Da janela sentira um virtuoso vento que soprara vagarosamente sobre os vãos construídos com o seu suor. A realidade corrompia sua fantasia, só lhe mostrara o quanto seus devaneios eram importantes – negar de forma repentina o que de fato o tinha, para poder perpetuar tudo que um dia se chamou sonho.

Mas foi no segredo da noite que travou a perfeita batalha, uma longa guerra que começara como quimera, no entanto, ao invés de estrondos, gritos, choros... Só se escutara silêncio.