A poesia se constrói no ato da necessidade humana. A necessidade de expressar o que vive intrínseco, ou seja, o que vive profundamente em nós,
Em nosso ser.
O ato de escrever poesia oferece ao autor e leitor uma troca de experiências vividas, uma intercomunicação sentimental. O autor expressa em suas poesias um jogo de experiências, de visões, de conceitos e principalmente de “loucuras” (devaneios). O poeta se diverte escrevendo... Ele brinca, chora, angustia-se, se deprime... No entanto o verdadeiro poeta vive várias vidas sem porém perder a identidade: SER "OUTRO" SEM DEIXAR DE SER "EU".
Para o poeta escrever exige o ato de ler, padecer e criar. Parece meio simbolista mas não é só o simbolismo que usa esse meio, e sim quase todas as escolas literárias que usam a dor/sofrimento como um caminho da inspiração. Nós não só padecemos quando escrevemos como também, padecemos quando lemos e vivemos outras histórias de outras vidas passadas, pois a leitura nos dar esse privilégio grandioso do eu lírico.
O grande ovo de Colombo em escrever, É que não só colocamos os nossos desejos, nossos sonhos, nossas visões... Mas despejamos todas as nossas “verdades”, todos os nossos anseios, tudo o que há de bom e de ruim para fora... Escrevemos para exorcizarmos!
Derramamos todos os conceitos/princípios morais éticos e não ético e não morais. Derramamos todos os ódios dos nossos corpos, excretamos todas as censuras classicistas. Enfim, ponhamos para fora todos os códigos lingüísticos
Que vestidos de segredos e mistérios fecundam na imensa caixa de pandora: nossas vidas!