terça-feira, 26 de maio de 2009

O assalto


, um apito gritante e atenção de todos...
– Prírírírírírírí! Todos vocês corram daí,
O bandido me roubou e não deixou nem a minha cueca! –

A velhinha na esquina da avenida pensou alto...
– Droga!...
Porque ele não me seqüestrou
E roubou minha calcinha!?

Hoje tive vontade de chorar


Chego no cantinho...
E tento ouvir somente o que me remete ao choro.
Não aquele choro pela guerra,
Não aquele choro desumano das vontades egoístas,
Não aquele choro pela humanidade desumana,
E nem tampouco aquele choro das mentes corrompidas
E diluídas seqüencialmente.

Mas sim um choro do entusiasmo,
Um choro do pranto abatido,
Um choro da triste solidão.
Pelo choro de uma desilusão que perdemos
Logo que chegamos no ápice...
No cume do amor clássico-pós-moderno do cronos do presente.

Escuto o som das proezas humanas... [heróis!.
Bravos cantadores das violas entorpecentes de ritmos,
De liras encantadas,
De... Paixões fugazes!

Sim, a luz!... A luz?
Sempre muito baixa!
O quase escuro nos propicia as lembranças
Dos tempos da insignificância humana...
[Experiências lúdicas!

Na magnitude do imaginário...
Debruço-me nos papéis do sofrimento humano impar.
Nos devaneios encontro lagrimas e risos...
[Lagrimas da vertigem do triste encanto.

Clamo para os deuses o choro do alívio desencanto.
O choro das despedidas.
O choro dos amores fraternos.
O choro da ilusão sem sentido.
O choro...
Do sofrimento mundano e das rosas ao vento.
[...] O choro das lágrimas vestidas de solidão.

[Do triste choro...
[De tanto lembrar...

- Eu choro!
-

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Os anos que sonhei


Em um período demasiado sonhei com um universo inteiro, um universo sem medidas, onde passei décadas, centenas, milhares... E até milhões de anos sonhando. Sonhava sempre, não importa onde, quando, como – sonhava sempre.

Nesse mundo – e como era bonito, o tempo se cravava em mim e minha matéria se dissolveu. Diluído como bolhas, não pertencia mais a forma humana e só o que restara foi minha perfeita essência. O cronos fez de mim um devorador, um ser faminto cuja função era tornar tudo ao seu redor parte sua, parte de todo infinito que minha nova veste proporcionava agora.

Nesses anos, construí minha morada sobre as estrelas, onde havia luz suficiente para aclarar minha visão e não deixar que nenhum momento me escapasse. Das estrelas pude ver quão formoso é todo universo, toda imensidão que jamais poderia debruçar em vida material. Com as estrelas, aprendi a ouvir todos os cantos e toda poesia que era tratada como a coisa mais bela de todo o invento.

Dialogava sempre com os cometas e os planetas por milhões de anos, e seus principais conselhos eram o de sempre preservar a riqueza de sentir – sentir é a essência, sentir produz vida, quem sempre sabe sentir adequadamente nunca senti solidão! – o tempo que passara nos meus sonhos arbitrava todas as horas, pois o tempo fazia também parte de mim.

O ponteiro e sua batida pulsavam em meus braços, os números se tornaram códigos de minha imagem, as estrelas eram meu paladar e minha língua, a filosofia fixou em minha psique, causando a análise de sínteses do sentir. Tudo foi reduzido a mim – nesse momento o “homem”, eu, era a medida de todas as coisas –...

Nas minhas digitais corriam os semens de toda herança genética universal. As minhas mãos brotavam todo o mapa do sentido da vida... Vida que era apenas um reflexo das minhas atitudes.

Meu rosto se tornou o conforto macio dos solos férteis, e minha respiração eram os fluxos e refluxos dos grandes cheiros suaves e puros.

Minha barba se tornou em florestas e montanhas que viviam perenemente – nunca envelheciam – os quatros elementos também faziam parte de minha infinita existência.

O mar e os oceanos advieram da minha boca, e descansavam suavemente com suas águas límpidas.

As horas se estendiam e retraiam a cada movimento meu, o passado, o presente e o futuro... Eram frutos de meus devaneios, loucuras, anseios.

E tudo que existia era minha existência, a minha existência era a nossa existência. Não existia mais o medo, a dor, o receio de viver e morrer, tudo era eterno, infindável.

Mas em um instante... – Ham, foi tudo um sonho de alguns minutos –.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O drama circense

O palhaço então colocou a roupa, maquiou-se e repetiu várias vezes algumas citações. Disse a si mesmo que poderia, pois era fácil para ele arrancar gargalhadas do público. Foi caminhando em direção do palco e repentinamente parou...
– Para quê arrancar gargalhadas se nem ao menos arranco o meu próprio riso.
– Se busco incessantemente a graça e ela me escapa.
– Para quê se iludir ao ver os risos alheios se meu próprio riso é mudo.
O palhaço Pensou, e caminhou para o outro lado... para o outro lado contrário do palco. Numa imagem esdrúxula o palhaço sai do circo e andou pela rua, triste!
– Se não consigo ser feliz ou dar risadas, como vou fazer os outros felizes?
– Como vou arrancar delírios?... Palhaço estúpido!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O pescador e o mar


... Hoje o dia não foi muito bom!

– Olha para o céu e o vê todo nublado –

Mas temos mais é que agradecer,
Graças a Iemanjá ainda estamos bem e vivos.

– Não sabe ainda que todo seu sofrimento
É causado por “homens” que se abstém das suas obrigações –

Amanhã, meu Deus, vou tentar de novo.
Quem sabe eu consiga, se Iemanjá acalmar o mar
Vou cumprir o que nasci para fazer...
Colher frutos do mar!
Essa foi à arte que meus ancestrais me passaram.

– Nem eu mesmo sabia o quanto era sutil
A arte de ser um bom pescador. –

Zantotsuken


A vida dá milhões de voltas
Em nós mesmos.



O pensamento modifica a cada momento
Que somos ou vivemos outros conceitos.


É preciso ter cuidado demasiado
Antes de tentar proferir argumentos vazios.


É tendo paciência
Que se constrói o inverso.


O amor não é um sentimento,
Pois estará atrelado ao confuso
Jogo do egoísmo.


Ah, kokoro mada anata No kioku no na
karada sagashiteru tarinai watas.


...?

[...] De fato,
Esqueci mesmo a língua portuguesa!


Um lugar chamado Miséria Brasileira

[ Fotos Fdesign]

– [...] Só tenho um pedacinho de terra. O meu lugar, meu querido!
É essa toda minha virtude, ainda ter um lugarzinho para se poder morar,
Ter um teto para descansar depois de tanta dureza que a vida nos dar. –

Depois desse depoimento fiquei embasbacado e comovido
Por tamanha pobreza que existira naquela comunidade.
Era um lugar extremamente precário e salubre,
Onde seu nome principal era Miséria Brasileira.

Chorei de tanta raiva naquele momento e junto a ela agachei
Acalentando a dor que nós dois sentira naquele encontro.
Derramando o nosso pranto... Ficamos o dia todo!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Só um barraqueiro


A rua, os passos e pássaros, tudo na contínua rotina fatigante que a sociedade produz, chego até afirmar como um barraqueiro que sempre fui: vivi bastante tempo para resumir que os tempos continuam o mesmo!

– ...Olha o tomate! –

Infinito do existir

No infinito busquei com toda minha força
O dom de poder proferir palavras suntuosas
Que causassem efeitos benevolentes.

No infinito da existência debrucei,
E em horas cruzei nas estruturas, roupagem...
Sentimentos.

Num anglo semi perfeito das palavras filosóficas,
Encontrei aconchego e descanso para minha procura.

No infinito mundo que construí,
Deparei quase sempre com o inexistente ou sublime.

Mas nessa busca interminável desses dias completos,
Criei e recriei mundos incríveis
Com toda força do pensamento e da imaginação.

No infinito da existência nunca estaremos completos.
No infinito da procura alcançamos quase sempre...
O infinito da vida!