segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

No meu testamento
Eu quero assim...
Primeiro o nome,
O meu nome!
O nome é a chave
Primordial do infinito.

– Wilhemm Wagner –
...No cume
Esquerdo do papel!
A seguir...
O título!
Abaixo do nome:
– O testamento de Wilhemm Wagner –
[Como forma impertinente da vida após a morte.]
Posteriormente os versos...
Pedidos, desejos,
Apelos e pertences...
Pertences de valor!

[...] Valor?

Mas, leitor...
Não tenho eu nada que me valha
O tanto quanto o valor de mim mesmo...
Posso deixar?...
A mim mesmo?
Não! Não!
Vou está morto...
Morto não serve!...
Pelo menos a matéria.
Então, o que deixo?...
Sim! Sim!
Estás completamente certo!
Então deixarei
Para os meus herdeiros...
Dois livros e uma frase
[Frase que muito estimo.]

[...] Sei que queres saber!
Não agüentas mistérios
Não é?
Pois não lhe vou dizer!...
Agora não!
Deixe de ser inquieto e ansioso!
Tudo tem sua hora...
Tudo tem seu tempo!
E o meu tempo...
Ainda não cessou!

Começarei então o meu testamento,
Do qual a minha existência
Após a morte, depende inteiramente dele...
E assim eu desejo:

Primeiro – no dia da minha morte
Quero que todos os meus amigos
E até colegas prestigie-me.
[Mas, não controlo os desejos alheios?]
Eles tanto poderão ir,
Como não irem!...
[Dependerá de suas vontades e desejos.]
Seus desejos são incontroláveis!
...Pois bem!

Então vamos para o segundo desejo!
Segundo – gostaria que lembrassem
Os dias de gozos
Que tiveram comigo...
E não chorassem!
[Não chorar, creio que é ser pedir muito.]
Porém,
Lembrem que nós rimos muitas vezes,
Que somos todos eternos!...
Que nossas matérias
Sumirão,
E que no entanto,
Nós sempre estaremos vivos
Nas mentes futuras.
Lembrem-se vós que somos todos deuses,
Que decidimos nossas atitudes,
Que construímos tudo...
E todos!

[...]

Todavia, pedirei para tocarem
Um jazz-blues.
Ficaria demasiado contente
Que no dia de meu velamento
Dançassem e cantassem
Para prestigiar-me.
Seguido da chuva Machadiana...
E no percurso fúnebre
Da despedida...
As lágrimas entorpecidas de saudades
E lembranças perpétuas!

Ah!... Quereria muito
Que vós vivêsseis!...
Que vós aproveitastes!...
Que vós morrêsseis em águas claras
De velhice e sem dor.
Pois a vida – coisa estranha
Que ninguém desvenda –
Passa-se em segundos...
Minuciosos!
Porém,
Um segundo
Para um bom aprendiz...
Dura uma eternidade!

[...] E o terceiro e último...
É que não sei se dá azar
Ou não,
Fazer mais de três pedidos...
O que?...
Somos superstições
Também!
Uma vez que em vários anos
Da vida – a qual participei
Ativamente um longo período
De existência –
Vi o tempo como
Infinidade!
– O tempo infindável –
E nas mãos como papéis
E letras...
A indagação e o exorcismo!
Percebi,
Em todos esses anos de vida,
Que essa mesma vida,
É constituída
De alguns elementos
Complexos e paradoxais,
E que nossas existências fornece
Para nossas mentes
Apenas uma produção
Do imaginário invento... Surreal!
Que somos belos e tudo
E todas as coisas possuem
Estabilidades.
[...] E que agora tudo é bonito
Demais para nós.
E que tudo agora
É seguro demais para existir.


Deixarei: Memórias póstumas de Brás Cubas
E antologia poética de
Mario Quintana.
E a frase?...
Resolvi não deixar,
Pois a encontrarás em
Becos e vielas
Da vida.





"Para alguém que lê e gostar,
Pois não tenho a quem deixar.
Não tenho herdeiros,
Amigos e nem lar!"

3 comentários:

Nilson Vellazquez disse...

Mermaum, du-krai demais isso!
Mas, pra mim, o melhor testamento é nossa arte, produzida por nós mesmos. A arte eterniza e um blog, quem sabe, sirva como epitáfio...

abraço e gostei do blog...favoritei lá no meu!

N disse...

"Para alguém que lê e gostar,
Pois não tenho a quem deixar.
Não tenho herdeiros,
Amigos e nem lar!"


Uow
Apalusos, cada vez supera-se mais e mais.

Já imagino o livro aqui em casa.

Grégori Augustus Reis disse...

valeu galera! Só tento der verdadeiro!
obrigadão pelo apoio e estamos atento!
flw!!!