terça-feira, 16 de junho de 2009

Testamento da insipidez


Estou cansado dessa vida,
Mas um peso em minha face.
Estou cansado de tudo,
Tudo que conquistei, que sofri...
Que eu não medi.

Estou cansado
De ser tão apunhalado,
De sempre...
Chorar pelos cantos
E mal dizer-me
Em todas as noites escuras.
Perguntando-me continuamente
– Aonde cheguei?
Quanto ganhei? –
Que ilusão!


Mas sei decerto...
Não tenho valor monetário nenhum.

Estou cansado das minhas atitudes,
De essa inóspita vida brincar comigo...
De o tempo me passar à perna,
Dos absurdos que o espaço faz de mim.

[...] Tenho dores...
E quando tenho dores,
Lamento, e lamentando...
As lágrimas caem,
E rolam sem querer.
– Não é só desespero.
São dores profundas
Que nem todos encantos de todos inventos...
Vão torná-las diferentes. –

Estou cansado...
E acabo o meu discurso dizendo
– Estou cansado!...
Cansado dessa vida,
Cansado de tudo mais...
Cansado dos meus delírios!

Um comentário:

Túllio Melo disse...

é ... até quando seremos os escondidos nos porões ....