sábado, 29 de novembro de 2008

Tempos perdidos



Estamos em tempos de perdas...
[tempos de gerações perdidas.]

Cada pessoa perde-se ao seu gosto...
[perdem-se, por não terem um ideal.]

Seres alienados e acorrentados pela mídia...
[seres dilacerados pelas programações.]
Humanos vestidos de deuses e reis...
[mas seus corações são negros e escravos.]

Vivemos assombrosamente pelo medo e terror...
[vivemos demasiadamente pelas ilusões.]

Viciardes desconjunta as grandes façanhas...
[vícios chulos transformam tudo em mera estupidez.]

Tempo belo e bárbaro simultaneamente confundem-se no real...
[ainda vivenciamos nossos passados.]
Humanos imaturos desesperadamente sofrem...
[sofrem por estarem desprovidos da essência.]
[...] Estamos ainda em tempos de perdas...
[tempos de homens perdidos.]

Falando nisso...


Crie e remonte tudo que achares ser melhor para ti e para todos.
Debruce nas mais belas formas de viver e de prazeres,
O tanto quanto quiseres e lhe for o suficiente.
Corra muito quando precisar,
Mas também quando a existência nem o cronos lhe oferecer perigo...
Durma!
Pois já diria Raul, o que é mais venerado “é a beleza de deitar”
(não necessariamente a de dormi, mas já diz tudo: descansar!).
Cumpra com seus direitos,
Mesmo quando a força natural supera qualquer moral (regra),
Mesmo assim, cumprindo ou não,
Vivamos as nossas intermináveis farras homéricas,
Vivamos pelo simples motivo quase sempre esquecido e às vezes “vivido”...
O de estar VIVO!
Alimente sempre a chama da vida,
Pois não sabemos ou pelo menos não esperamos
Quando virá um vento muito frio,
E repentinamente... A chama foi cessada!
Sorria!... Chore!... Corra!... Durma!... Experimente!... Se abstenha!... Espere!... Fique ansiosa!... Faça nada!... Mas quando lhe der vontade: Faça tudo!
Viva e adquira experiência,
Viva e aprenda a cada dia o grande sentido da existência.
Viva e aprenda que a vida é necessariamente incerta!
Viva e aprenda que viver é um grande paradoxo.
Viva esse dia que o mundo parou e que a terra percebeu que alguma coisa importante estava acontecendo: você nascera e tudo mudou!

É preciso ter cuidado!


É preciso ter cuidado quando se vive...
E quando toda vida é debruçada
Nas mais variadas formas
De ser e representar.

É preciso sorrir um pouco,
Mesmo quando toda existência e todos os conceitos,
Juntos com também toda naturalidade
Parece se desmoronar.

É preciso ter paciência,
Pois já dissera um poeta que só temos alma,
Quando em conjunto passaremos por todos
Os “moinhos de ventos”
E compartilhamos a calma.

É preciso ter e ser um grande sonhador,
Para que todas as nossas histórias de vida
Se completem harmonicamente

sobreviva no infinito.

É preciso que tenhamos no seio humano,
Algo de extrema importância,
Como jaz escrito numa lápide:
“Tantas diferenças, mas apenas uma condição...
A condição humana".

É preciso enfim,
Que sejamos mais previsíveis,
Que compreendamos nossa história
E as nossas glórias.

Que vivemos todos em um só "pedacinho" de terra,
Comparado com todo o universo.

Que vivemos e aprendemos com todas as diferenças...
Querendo ou não.




Drummond e Eu



E agora... A música acabou!
À noite... Esfriou!
E agora? E agora?
Os amigos deixaram-me,
A cerveja esquentou...
A vida já parou!
E agora? E agora?
Acabou a comida!
Esquentou a bebida!
E agora? E agora?
Vais pra onde?
Pra onde... Vais?
Nem um trago...
Nenhum!...
Eu me abstenho!
E agora? E agora?
E agora?...
Eu só escrevo!


Guerra dos signos


- Olá! Como vais?
- Bem! Obrigado!
- E você?
- Também!
- Também o quê?
- Bem!
[...] Ah!

- Tu viste?
- Ver o quê?
- Aquilo!
- Aquilo o quê?
- O que aconteceu!
- Onde?
- Ali!
- Ali aonde?
- Naquele “canto”!
- Que canto?
- Naquele!
- E o que foi?
- Foi fogo!
- Fogo?
- Não!
- Não o quê?
- Fogo!
- Fogo?
- Não foi fogo!
- Ahn?
- Fogo não!
- “Fogo”!
- [...] Ah!

- Estás vendo?
- Não!
- Vendo o quê?
- Não!
- Ahn?
- Estás “vendo”!
- [..] Ah!

- Eu não disse!
- Tu disseste?
- Disse!
- O que dissestes?
- Aquilo!
- Aquilo?
- Aquilo do começo!
- Que começo?
- O começo de tudo!
- Ahn?
- Onde?
- Aqui!
- Aqui?
- Sim, aqui agora!
- [...] Ah!

- Não sei!
- Não sabes o quê?
- Aquilo!
- Aquilo?
- O aquilo é isso?
- É isso aqui!
- É mesmo?
- É!
- Mas como?
- Como?
- É, como?
- Como o quê?
- Não!
- Não?
- Não sei!
- Nem eu!

- [...] Oxe!

- [...] Oxe!






segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A "matrix" não está tão distante assim



Em tempo pós-moderno é complexo a nova estrutura da mentalidade humana social, discutir as realidades parece ser um bom começo para destravar alguns enigmas e signos sobre a “realidade mental” e a “realidade concreta” e como isso tudo nos envolve.
No plano existencial as realidades dividem-se em duas: A realidade mental (ou a realidade das possibilidades) e a realidade concreta (ou um pálido reflexo do mental). A realidade concreta é um reflexo de tudo que acontece dentro de nós, ou seja, o que acontece no nosso interior vai refletir tudo que acontece no nosso exterior. Mas a realidade mental, muito estudada na física quântica, pode-se dizer que é a realidade das possibilidades, onde tudo que acontece em nós é transformado nas possíveis reações da nossa vida.
Na nossa realidade (concreta), alguns físicos defendem a teoria que, vivemos o tempo inteiro, presos nessa realidade, e que não sabemos ou não podemos sair para vermos o que realmente existe lá fora. Em síntese, alguns pensadores encaram a realidade concreta, como uma forma ilusória de existir.

Pegando uma carona com Platão, e modificando um pouco sua teoria, podemos comparar as realidades mentais e concretas, com “o mundo das idéias” e “o mundo aparente”, respectivamente. A realidade mental como no mundo das idéias, ambas são produtoras de realidade e mundo aparente, elas são verdadeiramente as receptoras tanto de informações quanto de idéias.

A realidade mental assemelha-se a uma máquina de produzir realidade. Criamos a todo o momento os efeitos de realidade, que só construímos quando acreditamos serem possíveis de existirem. A cada dia nós construímos realidade, a cada manhã nós acordamos já pensando como será a nossa realidade de hoje. A mente não difere a realidade que existe dentro de nós, da realidade que existe fora de nós. Quem difere realmente ou ilusoriamente são nossos olhos que são como lentes das percepções exteriores. Entretanto, na realidade do interior da mente, quem enxerga é córtex visual.

Em suma, sinceramente penso que não existe uma definição completa de mundo concreto, porque se nós formos enfrentarmos como mundo concreto a nossa realidade aparente, vão com certeza depois afirma-nos que se trata de um erro brutal. Pois quando tudo já é concretizado, tudo fica estável, imóvel, e nós somos seres e agentes modificadores, e modificamos tudo ao nosso redor. A realidade que devemos estimular, e que podemos encontrar mais respostas para nossas indagações, está essencialmente ligada a nossa mente.

Últimos deslumbramentos



Folhas exauridas enrugam completamente.
Tonalidade velha de algodoeiros,
queimam e transformam em cinzas despedaçadas ao sol.
Poeira recaída feito névoa no inverno.
Eternidade contra o efêmero caminho.
Cegaram-se as luzes das perspectivas felizes.
Peito branco e pálido, estarrecido!
Vida branquiada por necessidade do tempo.
Pedras avelhantadas negligenciadas em vida.
Alternativa anêmica e absurdamente destroçada.
[...]
Os diferenciados ventos no passar das temporadas.
A mata maltratada e derrubada, morta, fuzilada!
Os olhos confundem-se na imagem do real.
As três pernas se entrelaçam seqüencialmente.
A queda grandiosa subvertida no abismo.
A vida trancafiada entre madeiras.
O corpo engelhado e mórbido pelo decorrer das horas.
O cheiro fétido e a eterna areia nos ombros.

O preto infinito no ar da matéria.

As lagrimas escorrem por cima da superfície.

Os sons e pensamentos...

Pararam de brotar.


A bendita reza pela educação



Peço-te pai, e rogo-lhe por eles...
Eles, os ditos mestres!
Pois são deles os deveres
de proferir pensamentos e ideologias...
[ideologias inalienáveis!].


No meu pranto, solicito-te pai...
Perdoa-os por algumas vezes!...
Logo, nem sempre sabem o que dizem...
E às vezes nem eu!


[...] Ainda no meu calvário...
Digo-te:
o Saber sofre descomedidas dores!
Os doutores e mestres
[digo-lhe, perdão! Alguns deles...]
não se aplicam como deveriam,
sendo assim, sempre permanecem pinturas clássicas...
[raras e intocáveis com todo seu esplendor e graça],
no entanto são velhas e retrógradas.

Os alunos,
não se informam para debruçar
na grande inquietude humana,
e sim para pronunciar frivolidades e bagatelas...
[informam-se para tagarelar pelos ares.]


Pai... Carrego uma cruz - pesadíssima!


No entanto, Pai...
Espero-te por respostas,
aguardo em meu seio o teu calor.
Vivo incessantemente a procura da revolução...
[perdão!... evolução! As paredes não gostam muito desse nome: re...!].


Porém, papai dos céus...
Não te esqueça de reconfigurar tudo quando vieres.

Papai... Coloca o teu agir!
Obrigado e fico muitíssimo lisonjeado de me ouvires,
e não te esqueça... Proteja a educação!

[amém!]



sábado, 22 de novembro de 2008

Árvore de sonhos


Árvore...
Arvore de sonhos!
Onde imaginar é ilimitado.
Donde os sonhos são como variações.
Aonde sonhar é o brotamento das folhas...
Nascendo e evoluindo em uma perspectiva feliz.
Tendo em si uma beleza essencialmente divina,
ela cresce com uma exuberância de cor...
Multiplica-se como o milagre do pão,
e se modela como escultura
de artesões.
[...] Sempre
sonhamos
como
folhas
brotando.
As folhas e os sonhos
Se fundem na imensa árvore dos sonhos humanos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Aos meus coleguinhas




Estudem meus caros coleguinhas... Mas cuidado!
Pois o ler e estudar em demasia,
E até mesmo ler só para informar-se,
Pode causar uma carência de pensamentos próprios.

Imagina...

Uma turbulência de informações e de pensamentos pré-fabricados
Em alguém!
Não sobraria nem sequer um pensamento de si mesmo.
Só haveria pensamentos alheios!
E o que é os homens (e as mulheres!... Não quero ser machista!)
Se não fizessem as suas próprias vontades e cumprissem os seus próprios
pensamentos?...

Proferirão decerto...
Nada!

Definiremos pois saudades



Como podemos definir saudades? Como podemos sintetizar tal palavra? Como realmente explicar o que vem a ser saudade? Por fim, como os poetas aclaram saudades?
De antemão, posso dizer que falar de saudades, não é uma tarefa simples, contudo tentaremos compreender esse vocábulo de tantos significados e demasiado valor. Decifrar o que é saudades, é o mesmo que decodificar escritas antigas ou códigos genéticos... Sabe-se que existem, também sabemos que tem vários significados desconhecidos, no entanto, ainda permanece meio intacto e cheios de teorias, para que póssamos debruçar mais uma vez.
Ouvi certa vez que uma afirmação simples e carregada de sentimentos sobre saudades, poderia acarretar em uma resposta altamente complexa e filosófica. Pois com base nesta afirmação, veremos uma declaração sobre saudades: “Saudades é uma coisa que fica de alguma coisa que se foi”.
Observemos o caráter filosófico de uma aparentemente humilde frase. Entretanto, o grande cantor Chico Buarque de Holanda, nos diria em síntese que “saudades é arrumar um quarto de um filho que já morreu”.
E nós, por todas as experiências próprias, diremos uns aos outros: Como definir esta palavra?... Só o que fazemos é sentir qualquer coisa amputada em nós!
Mas ainda temos os poetas, para aclarar saudades. Se nós interrogássemos o poeta Casimiro de Abreu (que os Deuses estejam com ele, e que descanse em paz!) poderíamos tirar de suas fartas poesias, a saudade como a nostalgia da infância querida, que quase todos nós tivemos, e quase todos nós sentimos falta.
[...] Falta?
A falta pode ser uma característica essencial na descrição da saudade! Pois tudo que nós discutimos, ouvimos e vimos dos pensadores alheios, está intrinsecamente ligada à falta que a vida nos proporciona.
A falta de um amor que se foi, a falta de um filho que já morreu, a falta de um membro despedaçado pela dor e pela perspectiva de não mais tê-lo, a falta de uma inocência que nós presenciávamos quando garoto.
Em suma, o que é verdadeiramente saudades?... Não sei! O que defino a respeito de saudades: “é a dor desesperada do ser, que não mais possui alguma coisa que um dia tanto amou”.

Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante



Primeiramente perguntemos a nós mesmos... Será que somos metamorfoses ambulantes? Ou melhor, somos seres humanos propícios as mutações? Modificamos tudo e todos? Somos agentes modificadores?

O grande Raul Seixas estava coberto de razão quando pronunciou esta frase pela primeira vez: “Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante”. Ele já tinha em mente de todas as coisas que frase como essa poderia ocasionar, é claro, Numa grande discussão! Mas mesmo assim falou! E eu falarei também!

Falarei das mais significantes formas de sermos metamorfoses, das mais importantes variações de uma metamorfose, e a mais importante de todas as coisas: de sermos sempre metamorfoses em vida.

Em uma olhar esmiuçador podemos fitar a metamorfose humana que transcende o caráter físico. Não estamos falando daquela velha coisinha de sempre, que por acaso você aprendeu desde criança, como: Nascer, crescer, reproduzir e morrer. Estamos falando duma metamorfose essencialmente baseada na lógos e na psique. Depois... Bem depois, na física.

A importância de sermos metamorfoses e aplicação da mesma vem desde os tempos evolutivos. Logo se quisermos enfrentar nossa evolução humana como a teoria darwinista ou até mesmo como a teoria do big bang, vai nos dizer claramente que nós seres humanos, metamorfoseamos para tudo que somos hoje, e com certeza iremos metamorfosear-nos para tudo que seremos no futuro.

A imagem que me passa dessa incrível discussão, entre ser uma pessoa profundamente “completa”, ou seja, com pensamentos e atitudes pré-fabricadas, ou até mesmo ser aparentemente como todo mundo quer ou é. Ou ser um sujeito racional, conhecedor das suas fazes e de seus momentos únicos, de fato uma metamorfose ambulante!

Ser uma metamorfose e viver ela no nosso dia-dia, nas nossas atitudes e nas nossas maneiras, é incrivelmente ter várias visões de afrontar a vida. Não ser ou não querer, em uma sociedade pensar e agir igual a todo mundo, ou ao menos, não querer ser semelhante e não contribuir com um sistema falho e desumano, também é ser uma metamorfose ambulante.

Franz Kafka no seu livro “metamorfoses”, mostra que sendo um ser humano, e logo após vem a ser metamorfoseado psicofisiologicamente, ele vai ter atitudes e percepções bruscamente diferentes das pessoas que descartam o seu dom “mutante”.
Por fim, eu prefiro ser uma metamorfose ambulante, pois os meus sentidos aguçam a todo estante que tenho uma visão diferente, e todo momento que me modifico possuo novos caracteres, me debruçando nas novas formas de existir.

Eu ainda prefiro ser uma metamorfose ambulante, porque vivo “novos horizontes” em todas as manhãs, e a cada dia aproveito o máximo do seu instante, tendo por fim, o belo e grandioso prazer. Ser metamorfose é todo dia esperar o amanhã de braços abertos, pois o que seremos ou o que vamos pensar, nunca iremos de imaginar.
[...] Finalmente vos direi: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O saudoso pileque homérico


Em uma manhã de um dia normal e até mesmo monótono, veio sobre forma de pensamentos uma incrível frase do ilustre Chico Buarque: “Esse pileque homérico no mundo”. Ao atentar a essa grandiosa frase, podemos desfigurar os enormes sentidos variados, que uma pequena frase carregada de sentimentos pode envolver-nos.


Ao passar do tempo, vemos cotidianamente o ser humano fazendo indagações sobre a felicidade e a vida, das quais quaisquer tipos de respostas não são encontradas, quando sim, super relativa.

O ser humano indaga desde tempos remotos, quando lhe foi colocado uma simples forma de vida, ele contestou!


Sendo assim, o grande pileque homérico, sempre gloriado e adorado pelos seus súditos, os “homens”, que se debruça nas festas ou em uma mesa de um bar.

Já dissera uma vez, que estes de mesas de bares, não estão só aprofundando suas lamúrias e seus descontentamentos em copos e mais copos de “cachaça”, não estão só adorando a demasiada volúpia dos prazeres fugazes, e nem se debruçando em mundos obscuros tendo só pois os abismos.

Os homens também fazem tudo isso, porém tem mais, muito mais do que tudo isso.

Eles na verdade estão bebendo a milenar e até mesmo jurássica inquietação do mundo.


A mesa de bar e o copo de “cachaça” são instrumentos de um jogo, que a principal meta é desmembrar-se da vida real.

Mas como desmembrar da vida real, se a mesma lhe oferece este estado de espírito?

Este estado deprimente e ao mesmo tempo heróico, este estado sofrível e ao mesmo tempo adorável?


No entanto, o pileque homérico serve de esboço de outra vida, de outra vida aparente, uma vida transfigurada do real, mas em sua totalidade outro mundo.

Descrever esse outro mundo, já diria Kant, é o mesmo que imaginar coisas impossíveis de se calcular ou até mesmo impossíveis de imaginar.


A maravilhosa bebida dos tempos clássicos das grandiosas Grécia e Roma, também já estava envolvida nas magníficas indagações dos pensamentos alheios.

Aliás, foram eles que começaram tudo isso, toda essa desordem ordenada de tão belo gosto e de tão significante prazer.



Nesse tempo, as discussões eram regidas sob mesas gigantes e em indeterminadas horas, e filosoficamente conversavam e tomavam os pileques excelentes.

A inquietude do ser já brotara em suas ricas e fartas carnes, pois desde tempos homéricos a inquietude humana era debruçada em mesas, cachaças e homens.


Nos tempos de outrora, a humanidade mesmo tendo excelentes pensamentos, ainda não estava desprovida da triste miséria, que hoje nos cerca, nos prende e nos tormenta para as grandes viciardes execráveis.

Dir-vos-ei certamente que o pileque homérico está envolvido nas mais desconcertantes formas de vidas, e intrinsecamente vivo nas nossas atitudes cotidianas.

O pileque homérico sempre indesejado por uns, maus conhecedores das verdades, e sempre adorado por outros, filósofos dos saberes humanos.


Decerto viva a nossa grande felicidade desconcertante, a nossa incrível maneira de indagar a vida, as nossas tristezas, onde aprendemos posteriormente a sermos fortes, os nossos momentos voluptuosos de intensa fugacidade do real e ao grande e glorioso pileque homérico, por no decorrer dos tempos, poder nos proporcionar a imensa inquietude humana.




Ah!... Se eu fosse Schopenhauer!


Fui dormir pensando em Schopenhauer (no bom sentido, é claro!), quanto aparo senti por aquele velho homem, não pelo seu caráter genial, nem pela sua filosofia, nem tampouco pelo seu prestígio. Mas pelo seu sofrimento e pela grande tristeza que viveu. Para Arthur Schopenhauer escrever coisas tão fantásticas e maravilhosas, ele teve que padecer muito.

Entretanto, se eu fosse Arthur Schopenhauer... Teria uma perspectiva mais positiva do mundo e do futuro, mesmo que os mesmos não melhorem. Seria mais alegre, e me divertiria mais nos meus momentos de felicidade ou de fugacidade da tristeza.

Se eu fosse Schopenhauer... Brincaria mais com o drama da vida, beberia mais o pileque homérico, sairia mais para os botecos, teria mais vida boemia, e dançaria mais com as jovens raparigas (moças em português de Portugal!).


Se eu realmente fosse Schopenhauer... Não me preocuparia muito com esta tal de... Vontade e representatividade no mundo e não ficaria criticando tanto os coitados dos escritores e seus ofícios, e nem levava este ofício de filosofo ao extremo.


Se eu fosse ele... Deixava um pouco, de meter o “cacete” no coitado do Hegel, mesmo que ele esteja errado em várias coisas, e mesmo que de vez em quando, mereça levar umas palmadas... Que leve! Mas não direto! Por que também paciência tem limite.


Se eu fosse Schopenhauer... Não seria tão careta para as oportunidades, me esforçaria mais para não ser tão rude com as pessoas, e tentava ser mais amigável e entender mais os amigos. Olharia mais a natureza e deixaria um pouco mais esta obrigação de mudar o mundo.


Se eu fosse Schopenhauer... Não viveria tão sozinho me debruçando nas minhas tristezas, não viveria amargurado com o sofrimento e as minhas lamúrias, não ficava trancado na minha casa, triste por não existir felicidade, e por a felicidade ser um momento fugaz da tristeza.


Se eu fosse Arthur Schopenhauer... Beberia e dançaria até me farta, usaria as milhões de máscaras e loucuras para achar a felicidade, se não achasse, eu inventaria!... Se fosse ilusão ou fuga... Não ligava! O importante é procurar incessantemente a felicidade.


Mas como eu não fui, e nem sou Schopenhauer, posso desfrutar de todas as coisas que me parecem ser útil. No entanto, todas as coisas acontecem com um propósito, ou não! No caso do filósofo Arthur Schopenhauer, me parece que tudo que aconteceu com ele, serviram de uma experiência inigualável. Ele é considerado um dos mais importantes filósofos da contemporaneidade, e seu legado é assaz extraordinário.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ser ou não ser?... Eis a questão!



Imagina você acordando pela manhã, como qualquer outro dia invariável, ao colocar os pés no chão, se deparar com uma “pancada” de um pensamento instantâneo na sua mente, e repentinamente você pergunta a si mesmo: quem eu sou? Onde estou? Eu existo ou não?
Intrigante não?...
Para tentar resolver essa situação, podemos citar alguns grandes pensadores, a priori René descartes, com a ciência empírica e seu método cartesiano: “Penso, logo existo”. Secundariamente poderíamos falar de Platão, e a sua definição filosófica dos dois mundos: “O mundo aparente e o mundo das idéias”. E por ultimo, podemos até mesmo jogar Sócrates aqui no meio, com seu: “Só sei que nada sei”. Mas não, vou tentar responder com Shakespeare mesmo.
Não querendo fazer uma definição didática sobre Shakespeare, e só colocando algumas opiniões próprias, Shakespeare para mim levanta uma questão primordial que é a do “ser” como vida material, biológica, e a questão do “não ser” como uma recusa da vida material, sendo assim uma transcendência do universo criativo.

A recusa do “ser” em Hamlet, vem de uma indagação a vida monótona, cotidiana, a vida só pela vida e nada mais. E o “não ser” serve de perspectiva de uma vida pensante, ativa aos problemas vigentes, e não aceitando a simples condição humana.

A indagação humana que podemos retirar dessa magnífica frase, serve para dar apoio e serviu para muitos filósofos iniciarem os seus trabalhos. Depois de vários anos de discussões sobre o existir, muitos homens (e muitas mulheres, não quero ser machista!) fundamentaram a vida ou o “ser” como uma questão essencial.

Decerto, não sei se quero definir “quem eu sou” numa soma biológica de dois órgãos genitores, ou de uma explosão de uma super energia concentrada no espaço, que resultou e deu origem a tudo que somos.

E também não sei se quero determinar “onde estou” por múltiplas variantes do nosso espaço e do nosso tempo, e que a cada movimento posso ver ou desenvolver milhões de movimentos contrários ou semelhantes.

E por último, não sei se quero definir se “eu existo ou não” por um método científico de duvidar, pensar, se penso, logo existo!

Finalizando, até acho que às vezes não sei realmente quem eu sou... Onde estou... E se eu existo ou não... Mas sei de fato, que não estou louco, e que Shakespeare também não estava louco, quando escreveu a sua extraordinária frase: “Ser ou não ser, eis a questão”.
[...] Será?