segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O saudoso pileque homérico


Em uma manhã de um dia normal e até mesmo monótono, veio sobre forma de pensamentos uma incrível frase do ilustre Chico Buarque: “Esse pileque homérico no mundo”. Ao atentar a essa grandiosa frase, podemos desfigurar os enormes sentidos variados, que uma pequena frase carregada de sentimentos pode envolver-nos.


Ao passar do tempo, vemos cotidianamente o ser humano fazendo indagações sobre a felicidade e a vida, das quais quaisquer tipos de respostas não são encontradas, quando sim, super relativa.

O ser humano indaga desde tempos remotos, quando lhe foi colocado uma simples forma de vida, ele contestou!


Sendo assim, o grande pileque homérico, sempre gloriado e adorado pelos seus súditos, os “homens”, que se debruça nas festas ou em uma mesa de um bar.

Já dissera uma vez, que estes de mesas de bares, não estão só aprofundando suas lamúrias e seus descontentamentos em copos e mais copos de “cachaça”, não estão só adorando a demasiada volúpia dos prazeres fugazes, e nem se debruçando em mundos obscuros tendo só pois os abismos.

Os homens também fazem tudo isso, porém tem mais, muito mais do que tudo isso.

Eles na verdade estão bebendo a milenar e até mesmo jurássica inquietação do mundo.


A mesa de bar e o copo de “cachaça” são instrumentos de um jogo, que a principal meta é desmembrar-se da vida real.

Mas como desmembrar da vida real, se a mesma lhe oferece este estado de espírito?

Este estado deprimente e ao mesmo tempo heróico, este estado sofrível e ao mesmo tempo adorável?


No entanto, o pileque homérico serve de esboço de outra vida, de outra vida aparente, uma vida transfigurada do real, mas em sua totalidade outro mundo.

Descrever esse outro mundo, já diria Kant, é o mesmo que imaginar coisas impossíveis de se calcular ou até mesmo impossíveis de imaginar.


A maravilhosa bebida dos tempos clássicos das grandiosas Grécia e Roma, também já estava envolvida nas magníficas indagações dos pensamentos alheios.

Aliás, foram eles que começaram tudo isso, toda essa desordem ordenada de tão belo gosto e de tão significante prazer.



Nesse tempo, as discussões eram regidas sob mesas gigantes e em indeterminadas horas, e filosoficamente conversavam e tomavam os pileques excelentes.

A inquietude do ser já brotara em suas ricas e fartas carnes, pois desde tempos homéricos a inquietude humana era debruçada em mesas, cachaças e homens.


Nos tempos de outrora, a humanidade mesmo tendo excelentes pensamentos, ainda não estava desprovida da triste miséria, que hoje nos cerca, nos prende e nos tormenta para as grandes viciardes execráveis.

Dir-vos-ei certamente que o pileque homérico está envolvido nas mais desconcertantes formas de vidas, e intrinsecamente vivo nas nossas atitudes cotidianas.

O pileque homérico sempre indesejado por uns, maus conhecedores das verdades, e sempre adorado por outros, filósofos dos saberes humanos.


Decerto viva a nossa grande felicidade desconcertante, a nossa incrível maneira de indagar a vida, as nossas tristezas, onde aprendemos posteriormente a sermos fortes, os nossos momentos voluptuosos de intensa fugacidade do real e ao grande e glorioso pileque homérico, por no decorrer dos tempos, poder nos proporcionar a imensa inquietude humana.




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